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04 de Outubro – Dia Mundial dos Animais

 

 

Sou aquele que te recebe com um afago e lambe tuas feridas,  sem mesmo perguntar se és um assassino ou mesmo como te machucaste a este ponto…

Sou aquele que vive nas matas ou na parede de tua casa  se preocupando somente em equilibrar os sistemas de vida do qual tu dependes para sobreviver…

Sou aquele que carrega o peso do teu corpo ou mesmo quinquilharias para tu venderes em troca do pão de cada dia…

Sou aquele que se esfrega em tuas pernas saudando tua existência,  e espanta ratos, baratas, mau-olhado somente para que tu tenhas melhores condições de saúde…

Sou aquele que rouba um sorriso de teus lábios quando me vês fazer piruetas ou equilibrar o peso do meu corpo em troca do preço de um ingresso que vai para o bolso do meu dono…

Sou aquele que entre grades do Zoológico te faz pensar o quanto vale a liberdade de viver no habitat que nasceste…

Sou aquele que serve de atração turística em praças  fazendo tu sentires o prazer de alimentar-me  que retribuo com revoadas de alegria…

Sou aquele servido em travessas, panelas e espeto  que, ainda pouco escolhestes no balcão do mercado ou no  cardápio do restaurante para simplesmente, saciar tua fome…

Sou aquele que amarrado em mesas cirúrgicas,  trancafiado em gaiolas ou mesmo contido em  aparelhos de tortura se submete a teus experimentos para alcançares a falsa fama e o poder…

Mesmo sendo aquele que te proporciona tanto,  tu me desprezas, me tratas com indiferença, me abandonas nas ruas, me deixas com fome e se desfaz de mim porque envelheci…  perdes assim a chance de exercitar teu amor.

Tu me caças, me matas dizendo ter medo da minha pele gelada e destróis todas as formas de sobrevivência…  assim, vives perdendo a chance de ver as cores da vida, pois sou a vida em movimento vivo.

Tu me açoitas, me impõe peso maior que posso carregar e me suplicias nos rodeios para ganhares algum dinheiro… mal sabes o mau que faz, não fazendo de mim um companheiro de tua solidão.

Tu me expulsas das praças, das ruas, das vielas  só porque tenho no olhar um jeito de ser que nunca vais dominar, e que, realmente,não desejas entender… perdes a chance de  conhecer-te e respeitar teu semelhante.

Tua ris de minha humilhação por ficar exposto em picadeiros  fazendo acreditares que és poderoso e que teu chicote domina minha paciência e minha ferocidade… perdes muito ao não poder ver tua cara de prazer doentio com um certo sorriso de sadismo.

Tu atiras em minha jaula gargalhadas e gritos  não só para mostrar tua falsa liberdade, como também,  para me provocares a morte com o tédio e a lembrança dos lugares de onde  vim… perdes tanto ao não  me  visitares no mundo em que nasci.

Tu me acusas de te provocar doenças só porque não consegues aceitar minhas asas e a possibilidade de trazer um ramos de oliveira no bico, anunciando uma nova terra… perdes o rumo do teu barco só porque negas que tenho o segredo da vida.

Tu me abates com degola, com marreta, me empurras para  morte com choques… perdes a chance de um viver sadio,  pois o veneno de minha carne putrefa em teu corpo levando o desequilíbrio de tuas funções.

Tu não se apiedas do meu sofrimento mesmo sabendo ser inútil testares em mim o que é bom pra ti, porque, somos tão diferentes… perdes a oportunidade de evoluir a ciência  de que necessitas para tua cura.

Mas tu não deves entristecer, pois um dia retornarás ao teu planeta e, como conquistador, levarás até alguns de nós para exibir ao teu povo, só que, enquanto não chega o dia que conhecerás o Deus que tanto tu proclamas, nos deixe em paz, ou então, aprenda em nós o saber viver em harmonia.

Autora: (Sheila Moura/ presidente da Fala Bicho em homenagem ao Dia Mundial dos Animais)

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Alimentação Vegetariana

 

A alimentação vegetariana tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos, apesar de continuar a ser minoritária entre nós. Aqui são apresentados argumentos de saúde, ambientais e económicos a favor do vegetarianismo, sendo a autora Bióloga e Vegetariana.
Irina Maia – Bióloga e Vegetariana

O vegetarianismo não é uma moda recente. Ao longo da história da humanidade houve pequenos grupos e povos inteiros, que por razões religiosas, económicas, culturais ou ambientais, seguiram uma dieta exclusivamente ou predominantemente vegetariana.

Moda recente é o destaque que os produtos de origem animal passaram a ter na nossa alimentação. Basta falarmos com os nossos pais e avós, para rapidamente percebermos que ainda há poucas décadas atrás, a carne e o peixe eram alimentos consumidos excepcionalmente em dias de festa e que o leite nem sequer fazia parte da sua dieta.

Uma vez que eram considerados “alimentos dos ricos”, assim que a melhoria nas condições de vida nos países desenvolvidos facilitou a acesso de mais pessoas a estes produtos, o seu consumo tornou-se generalizado e exagerado. Mas estes alimentos deveriam ter continuado a ser consumidos excepcionalmente, pois o seu consumo regular não é necessário à saúde e pelo contrário é causador de inúmeras doenças.

Perante o cenário actual de uma população obesa e doente, assistimos agora a um esforço das autoridades médicas, de educação da população para que readquira hábitos mais saudáveis de alimentação, com redução dos produtos de origem animal e com predomínio de produtos de origem vegetal.

Muitas pessoas seguem esse conselho até ao fim, tornando-se vegetarianos e deixando pura e simplesmente de comer animais ou produtos derivados de animais.

Apesar da dieta vegetariana ser cada vez mais tema de capa de revista, a maior parte das pessoas ainda encara o vegetarianismo com desconfiança. Consideram esta dieta anti-natural e receiam que ao retirarem a carne do seu menu ficarão sub-nutridos.

Os milhões de vegetarianos que vivem e viveram ao longo da história da humanidade são a prova viva de que é possível viver só de plantas. Mas se dúvidas existiam sobre se essa vida seria saudável, inúmeros estudos científicos recentes demonstraram que não só os vegetarianos não são mais doentes, como em média são mais saudáveis e vivem mais tempo do que aqueles que comem produtos animais.

A American Dietetic Association, publicou um artigo de revisão de todos os conhecimentos actuais sobre dieta vegetariana e concluiu que "dietas vegetarianas bem planeadas são saudáveis e nutricionalmente adequadas, sendo bastante benéficas na prevenção e tratamento de diversas doenças".

Mas como pode isso ser? Afinal de contas somos omnívoros!

É verdade, somos omnívoros. Mas o que significa isso exactamente?

Os nossos antepassados começaram por ser frugívoros (comiam apenas frutos), depois evoluíram para omnívoros, alargando a sua dieta a insectos e pequenos mamíferos e mais tarde tornaram-se pescadores e caçadores, passando a incluir no seu menu a carne de diversos animais. No entanto, durante a maior parte desse percurso evolutivo, os nossos antepassados basearam a sua dieta em plantas, sendo os produtos de origem animal um complemento da sua alimentação de onde retiravam calorias e proteínas extra.

Há quem atribua o desenvolvimento da nossa inteligência à ingestão de carne, mas foi o aumento progressivo dos cérebros dos nossos antepassados que criou a necessidade de ingestão de mais proteínas e gorduras, que a carne forneceu em abundância.

Milhões de anos depois, o ser humano inventou a agricultura e passou a produzir inúmeras variedades de cereais, leguminosas, oleaginosas, hortícolas e frutos, capazes de suprir as suas necessidades nutricionais e energéticas, de tal forma que hoje em dia, na maior parte do planeta, o ser humano já não precisa de comer carne para viver e ser saudável.

Ao contrário do que comummente se pensa, ser omnívoro não implica que se tenha de comer de tudo para se sobreviver, mas sim que se pode sobreviver com um leque variado de opções alimentares. Um omnívoro consegue viver só de carne ou só de plantas, se apenas tiver disponível uma dessas opções para se alimentar. O facto de termos inventado a agricultura, dá uma nova dimensão ao facto de sermos omnívoros, pois oferece-nos a liberdade de escolha dos alimentos.

E porque é que devemos escolher comer plantas em vez de animais?

Se no passado todos os produtos de origem animal eram produzidos de modo tradicional e extensivo, com aproveitamento de solos e paisagens não-aptas para a agricultura, hoje em dia a grande maioria desses produtos são produzidos industrialmente, com enorme desperdício de recursos naturais e com graves consequências ambientais e sociais.

Além das questões dos direitos e do bem-estar dos animais, que cada vez mais devem ser debatidas e consideradas na forma como produzimos os nossos alimentos, as questões relativas ao impacto ambiental da produção animal devem levar-nos a questionar os nossos hábitos, principalmente se nos consideramos ecologistas e pretendemos reduzir a nossa pegada ecológica no planeta.

“É ecologista? Então porque ainda come carne?” É a questão provocadora que tem gerado acesos debates entre aqueles que se consideram ecologistas.

Há aqueles que, perante os dados que apontam a produção animal como um dos maiores problemas ecológicos dos nossos dias, se tornaram vegetarianos para reduzirem o seu impacto ambiental no planeta e há aqueles que, achando que a ingestão de produtos animais faz parte da nossa ecologia, não pretendem mudar os seus hábitos alimentares, embora concordem que a produção industrial destes produtos é anti-ecológica.

Eis alguns dados perturbantes:

– Nos Estados Unidos, mais de metade de toda a água consumida é gasta na produção animal e outra estimativa aponta para que perto de 85% da água consumida no planeta seja gasta na produção animal. Para se produzir 1kg de batatas são necessários cerca de 50 litros de água e para se produzir 1 kg de trigo são necessários cerca de 42 litros, no entanto para se produzir 1kg de carne de vaca são necessários 43.000 litros de água!

– Os dejectos dos animais, que antes eram naturalmente integrados novamente nos solos, fertilizando-os, são agora produzidos em tamanha quantidade, que se tornaram um dos maiores problemas de poluição no mundo, contaminando de forma severa os solos e as águas.

– A criação de gado e a produção agrícola intensiva para alimentação desse gado, estão entre as principais causas de desertificação e de desflorestação do planeta.
Dois terços dos terrenos agrícolas são dedicados a pastagens e culturas para alimentar o gado. Estima-se que por cada quilo de carne que é produzido se percam 77 quilos de solo fértil e que 85% da erosão dos solos no mundo está associada a culturas destinadas à alimentação do gado e à produção de pastagens.

– Na actualidade, existe suficiente solo fértil, energia e água para alimentar mais do dobro da população humana existente. No entanto, entre as questões políticas e económicas que impedem milhões de pessoas de aceder aos alimentos produzidos, está também o facto de que metade dos cereais produzidos no mundo destina-se a alimentar animais para consumo em países desenvolvidos, em vez de servir de alimento aos seres humanos que passam fome em países sub-desenvolvidos.

– São necessários cerca de 7 kg de cereais e soja, para produzir 1 kg de carne nos Estados Unidos. Bastaria que os norte-americanos reduzissem o seu consumo de carne em 10%, para que mais 100.000.000 pessoas pudessem ser alimentadas com os cereais assim poupados. Foi demonstrado que se toda a população mundial fosse vegetariana, tudo aquilo que se dispende na produção animal poderia alimentar 10 biliões de pessoas, ou seja, mais do que a população humana que se prevê existir em 2050.

Devido à grande diversidade de ambientes que o ser humano ocupa, nem sempre este dispõe de terrenos férteis para agricultura ou de diversidade alimentar suficiente para poder alimentar-se exclusivamente de plantas e é preciso tomar isso em consideração, se se não quiser cair em fundamentalismos. Os animais herbívoros são capazes de transformar ervas, sem valor alimentar para o ser humano, em proteína e gordura de alto valor nutritivo e calórico e a sua importância na alimentação das pessoas que habitam regiões menos férteis e inaptas para a agricultura, não deve ser ignorada. No entanto, a produção industrial de animais para consumo, que nada tem que ver com o aproveitamento de recursos e muito pelo contrário é um desperdício de recursos, não deve de forma alguma ser colocada ao mesmo nível da produção extensiva e ao ar livre de produtos de origem animal.

Poucas pessoas se podem gabar de apenas consumirem produtos animais de origem biológica e extensiva. A maioria das pessoas, principalmente as que vivem em ambiente urbano nos países mais desenvolvidos, mesmo que ocasionalmente optem por comprar estes produtos, não deixam de consumir maioritariamente os de origem industrial, apoiando assim activamente este sistema de produção animal, com todas as consequências que ele acarreta para os animais, para o ambiente e para a humanidade. Estas pessoas, que são milhões em todo o planeta, deveriam interrogar-se mais sobre as opções que tomam na hora de encher o prato e pensar em como o gesto simples de trocar o bife por feijão ou lentilhas pode ajudar a salvar o mundo.

Bibliografia:

"So You’re an Environmentalist; Why Are You Still Eating Meat?", Jim Motavalli, E Magazine, January 3, 2002 (www.alternet.org/story/12162)

"Meat-eating environmentalist? How can that be?", Lisa Rogers, Toronto Vegetarian Association (www.veg.ca/lifelines/marapr/meat)

"Why environmentalists aren’t vegetarian", David Pye, VSUK Trustee, 35th World Vegetarian Congress (www.ivu.org/congress/2002/texts/david2.hmtl)

"A paleontological perspective on the evolution of human diet", Peter Ungar and Mark Teaford (www.cast.uark.edu/local/icaes/conferences/wburg/posters/pungar/satalk)

"Fruits of the Past", Colin Spencer (www.viva.org.uk/guides/fruitsofthepast)

"Our Food Our World – The Realities of an Animal-Based Diet", EarthSave Foundation, Santa Cruz, 1992

"Diet for a Small Planet", Frances Moore, Lappe Ballantine Books, 20th Annv Edition, 1985

"The Food Revolution: How Your Diet Can Help Save Your Life and Our World", John Robbins, Conari Press, 2001

"Diet for a New America: How Your Food Choices Affect Your Health, Happiness and the Future of Life on Earth", John Robbins, H.J. Kramer, Reprint edition, 1998

Eles também são legais!!!!!!

Animais que vivem em abrigos ou nas ruas não são animais menos merecedores de amor que outros.
Eles também brincam, fazem carinho e manhas. A maldade não está no animal e sim naquele que o abandona.

ADOTE um animal abandonado, ele ainda tem muito carinho para dá!!!!